Os católicos iraquianos pediram que o Papa Francisco abençoe, durante a sua viagem apostólica ao Iraque, uma estátua da Virgem Maria que foi profanada pelo Estado Islâmico (ISIS).

A estátua mariana foi decapitada na aldeia cristã de Karamles, localizada entre Mosul e Erbil, durante a ocupação das aldeias das planícies de Nínive por parte do Estado Islâmico entre 2014 e 2017.

Pe. Samir Sheer, diretor da Rádio Mariam, em Erbil, disse à Agência Italiana de Serviços de Informação Religiosa (SIR) que a estátua permanece "sem mãos porque foram cortadas pelos terroristas". Disseram que "também não tinha cabeça", mas depois "foi restaurada e a uniram novamente”.

Estátua da Virgem Maria profanada pelo ISIS que será abençoada pelo Papa em Erbil, Iraque. Crédito: Rocchi / SIR.

No dia 7 de março, o Santo Padre celebrará a Missa no estádio de Erbil, capital do Curdistão iraquiano. Espera-se que nesta celebração o Papa abençoe a estátua de Nossa Senhora. Este encontro será, provavelmente, a maior reunião dos católicos com o Pontífice durante a viagem.

Autoridades locais do Curdistão disseram que 4.500 pessoas se inscreveram para a Eucaristia. Para ingressar ao estádio, será necessário apresentar um cartão de identificação especial emitido pela Universidade Católica de Erbil.

“Depois da bênção, a estátua retornará às planícies de Nínive. A esperança dos cristãos locais é que a [imagem da] Virgem Maria volte em breve para abraçar seus filhos em Karamles”, disse Sheer.

Durante sua viagem, o Santo Padre também visitará igrejas que foram alvo da violência terrorista islâmica.

Hoje, 5 de março, o Pontífice se encontrou com católicos iraquianos em Bagdá, dentro da Catedral Sírio-Católica de Nossa Senhora da Salvação, também conhecida como Sayidat al-Nejat. Este templo é lembrado porque em 2010 o Estado Islâmico o invadiu durante a celebração de uma Missa dominical e matou cerca de 50 pessoas, incluindo dois sacerdotes, e deixou muitos feridos.

 

O processo de beatificação dos católicos que morreram dentro da Igreja avançou da fase diocesana para o Vaticano em outubro de 2019.

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No dia 8 de março, o Papa Francisco visitará a Catedral Católica Siríaca da Imaculada Conceição, na cidade de Bakhdida, também conhecida como Qaraqosh.

A catedral foi profanada e queimada pelo ISIS depois de tomar a cidade em 2014. A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre concluiu recentemente a sua restauração. Em janeiro, uma nova estátua mariana esculpida por um artista cristão local foi colocada na torre do sino da catedral.

Em Mosul, o Papa rezará pelas vítimas da guerra do Iraque, na praça de Hosh al-Bieaa, a qual está cercada por quatro igrejas de diferentes ritos e denominações cristãs: católico siríaco, ortodoxa sírio, ortodoxo armênio e católico caldeu, que foram danificados ou destruídos durante a ocupação do ISIS.

Em 4 de março, o Papa Francisco enviou uma mensagem de vídeo ao povo iraquiano, na qual disse que se sentiu “honrado de se encontrar com uma Igreja mártir” e expressou a sua gratidão aos cristãos no Iraque, “que deram testemunho de sua fé em Jesus em meio de provações muito difíceis”.

“Eles ainda têm em seus olhos as imagens de casas destruídas e igrejas profanadas, e em seus corações as feridas dos afetos que deixaram para trás e das casas abandonadas”, disse.

“Eu gostaria de trazer a vocês a carícia afetuosa de toda a Igreja, que está perto de vocês e do Martirizado Oriente Médio e os encoraja a seguir em frente. Não permitamos que os terríveis sofrimentos que experimentaram, e que tanto me entristecem, prevaleçam”, concluiu.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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